domingo, 18 de setembro de 2016

À ENTRADA DO ANO ESCOLAR: EINSTEIN SAÚDA OS ESTUDANTES

Psicologia - Frase da semana, 18SET16: EINSTEIN SAÚDA OS ESTUDANTES

Albert Einstein, portrait by Doris Ulmann, 1931.
Doris Ulmann/Library of Congress, Washington, D.C.
(LC-USZC4-4940)
«Faço votos para que esse sentido de entendimento fraternal se difunda cada vez mais entre os povos. É neste sentido que eu, que sou um velho, vos saúdo, cá de longe, e espero que a vossa geração possa um dia envergonhar a minha. » (Einstein, Carta aos Estudantes Japoneses, 1930, em Como Vejo a Ciência, a Religião e o Mundo, 2005, Relógio d'Água, p. 235)

Vai a caminho dos 90 anos, a idade da mensagem em que Einstein faz estes votos, dirigidos aos estudantes japoneses. A ideia da vergonha viria ainda, talvez, da memória da Primeira Grande Guerra; e também da grave crise económica que grassava pelo mundo.
Vem-me à cabeça fazer duas perguntas:
a primeira: onde estiveram, depois, entre 1943 e 1945, os estudantes japoneses que leram ou ouviram a mensagem do grande cientista?
a segunda: quantos dos estudantes que leram ou ouviram a mensagem se lembraram dela durante a Segunda Grande Guerra?
A mensagem completa diz assim:
«Ao enviar-vos a minha saudação sinto-me com particular direito a fazê-lo, pois visitei pessoalmente o vosso bonito país, as suas cidades e casas, as suas montanhas e bosques, e vi crianças japonesas que neles cultivam o seu amor pela pátria. Na minha mesa encontra-se sempre um grande e volumoso livro cheio de desenhos coloridos, feitos por crianças japonesas.
Quando receberdes a minha saudação, enviada de tão longe, lembrai-vos de que só o nosso tempo conseguiu que os povos dos vários países se interessassem uns pelos outros à luz de um espírito de verdadeira amizade e compreensão, enquanto os povos dos tempos passados se ignoravam uns aos outros ou até se temiam e odiavam.
Faço votos para que esse sentido de entendimento fraternal se difunda cada vez mais entre os povos. É neste sentido que eu, que sou um velho, vos saúdo, cá de longe, e espero que a vossa geração possa um dia envergonhar a minha.»
Uma terceira pergunta, a acabar - sabendo que, como Einstein desejou, é preciso continuar a desejar sempre, ano após ano, geração após geração, que a geração que entra seja, como cantou Miguel Torga, sempre muito mais pura e mais nova: quantas gerações, depois da de Einstein, não têm razões para se envergonharem do que fizeram?

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