terça-feira, 3 de setembro de 2013

https://www.facebook.com/photo.php?fbid=597437656974077&set=
a.452203368164174.119298.452186928165818&type=1&theater
Esta história, que peguei do mural do Facebook do meu velho amigo e companheiro Passarinho Brunheta é, muito provavelmente, uma ficção, como se fosse uma parábola.
Acontece que, sendo-o ou não, tem muito a ver com o espírito assertivo e ativo que a minha irmã, a Fátima Pinto, quis imprimir durante o seu mandato à frente da Associação de Pais da ESMA, na Horta, no Faial.
Por isso - e também porque a acho muito oportuna para o início de um ano escolar - reproduzo-a aqui, com algumas correções linguísticas e ajustamentos literários que tomo a liberdade de considerar pertinentes.
Um abraço de agradecimento ao Brunheta, e um beijinho de renovados parabéns à minha mana pelo trabalho muito interessante que fez à frente da sua associação de pais.

- PAI, MÃE: ACORDAI ENQUANTO TENDES TEMPO!

LEIAM ESTE TEXTO COM MUITA ATENÇÃO!!!


      - Era quarta-feira, 08H00 . Cheguei a tempo à escola do meu filho. «Não se esqueçam de vir à reunião de amanhã, é obrigatória», foi o que a professora tinha dito no dia anterior. - “Que é o que essa professora pensa? Acha que podemos dispor facilmente do tempo que ela diz? Se ela soubesse quanto era importante a reunião que eu tinha às 8h30!...” Dela dependia uma boa negociação... e tive que cancelá-la!
      Lá estávamos nós - mães e pais; e a professora. Começou a tempo, agradeceu nossa presença e começou a falar. Não lembro o que ela dizia, a minha cabeça estava pensando em como iria resolver esse negócio tão importante, já me imaginava comprando aquela série de coisas, o dinheiro não seria problema.
      - “João Rodrigues!” – escutei ao longe – “Não está o pai de João?” – diz a professora.
      - “Sim, estou aqui.” – contestei, indo para receber o boletim escolar do meu filho.
      Voltei p'ró meu lugar e disse ao abrir o boletim: -“Foi para isto que eu vim?... Que é isto?...” O boletim estava cheio de seis e setes. Guardei rapidamente o boletim, para que ninguém pudesse ver como tinha se saído o meu filho.
      De volta para casa, aumentava ainda mais minha raiva, cada vez que pensava: - “Mas, se eu lhe dou tudo o que ele quer e mais o que não quer, não tem faltando nada!..." Agora é que ele ia ver como era! Cheguei, entrei a casa, fechei a porta de uma batida e gritei: “Vem aqui, João!”
      O João estava no quintal, veio logo, correndo para abraçar-me. - “Pai!” 
       "Nada de pai, nem meio pai!” e afastei-o logo de mim. Tirei o meu cinturão e não lembro quantas vezes bati ao mesmo tempo em que lhe dizia o que pensava dele. Quando me cansei, gritei-lhe: - “Agora vai para o teu quarto!” O João foi, chorando desconsoladamente, a cara toda vermelha, toda a boca lhe tremia. Só nessa altura a minha esposa se chegou a mim. Não me disse nada, só mexeu a cabeça num gesto de desaprovação e voltou para a cozinha.
      Quando fui para a cama, já mais tranquilo, a minha querida esposa entregou-me o boletim do João, que tinha ficado dentro do meu casaco, e disse-me: - “Lê devagar, tudo, e depois pensa no que vais fazer...”

      Bem no começo estava escrito: 'BOLETIM DO PAI'.

  1. Pelo tempo que o teu pai dedica a conversar contigo antes de dormir: 6
  2. Pelo tempo que o teu pai dedica a brincar contigo durante o dia: 6
  3. Pelo tempo que o teu pai dedica a ajudar-te nos trabalhos de casa: 6
  4. Pelo tempo que o teu pai dedica a levar-te a dar um passeio com a família: 7
  5. Pelo tempo que o teu pai dedica a ler-te um livro antes de dormir antes de adormeceres: 6
  6. Pelo tempo que o teu pai dedica a abraçar-te e a beijar-te: 6
  7. Pelo tempo que o teu pai dedica a ver televisão contigo: 7
  8. Pelo tempo que o teu pai dedica para ouvir as tuas dúvidas ou problemas: 6
  9. Pelo tempo que o teu pai dedica a ensinar-te coisas: 7
  10. MÉDIA FINAL: 6,22

      As crianças, a pedido da professora, tinham  classificado os seus pais. O meu filho deu-me seis e setes... Sinceramente, eu tinha merecido cincos ou menos.
      Levantei-me e corri para o quarto dele, abracei-o e chorei. Queria poder voltar atrás no tempo... mas isso não era já possível. O João abriu os olhos, ainda os tinha inchados pelas lágrimas, sorriu-me, abraçou-me e disse-me: - “Gosto muito de ti, pai!" Fechou os olhos e adormeceu outra vez. Fiz-lhe uma festa assim muito de mansinho e beijei-o com toda a ternura que pude. Lembrei-me dos versos do António Nobre, "O sono do João"... Ah! Se António Nobre não os tivesse escrito, eu hoje seria seguramente capaz de os escrever!... O meu filho merecia isso e mais ainda todos os versos lindos do mundo!...

Acordemos pais!!! Aprendamos a dar o valor certo aquilo que é mais importante em relação aos nossos filhos, já que disso depende o sucesso ou fracasso na suas vidas.

- Já pensou qual seria a 'nota' que o seu filho lhe daria hoje?...
(Autor desconhecido.)

quarta-feira, 24 de julho de 2013

Acabei de escrever assim no Facebook "SOU DO PEGO, SOU PEGACHA…"

Acabei de escrever assim no Facebook:
"SOU DO PEGO, SOU PEGACHA Não nego a minha nação Não sou como o meu amor Qu' é do Pego e diz que não." Tomo a ousadia de reclamar para a minha mãe, conhecida na sua terra como a Lourdes Branco, ou a Lourdes Pinto, a primazia de trazer para a Net esta quadra popular. A minha mãe tem agora 85 anos. A razão da lembrança destes versos será publicada já a seguir, num blogue que logo deixarei indicado. Por agora, submeto a minha ousadia à consideração de entidades que muito respeito, como são a TUBUCCI assoc.defesa património região ABRANTES, a ESCOLA INDUSTRIAL E COMERCIAL DE ABRANTES-ANTIGOS ESTUDANTES E FUNCIONÁRIOS, a Salvem da demolição o Real Convento S. Domingos de Abrantes e a Abrantes.
Na nossa família, fosse no círculo mais estreito da relações entre pai, mãe e os três filhos; fosse na família mais alargada, era frequente o meu pai provocar a minha mãe com a "acusação", desdenhosa, de que ela era pegacha. A minha mãe reagia com protesto vivo, exuberante.Esta disputa no casal era sempre sinal de boa disposição, contagiante a todos que estavam à volta do casal. Tornou-se claramente um marco da cultura familiar, que não foi esquecida em 2004, quando os filhos dedicaram aos pais uma linda festa de celebração das suas bodas de ouro.
A minha mãe é a segunda jovem costureira, de sorriso matreiro, da
esquerda para a direita na fotografia, que foi tirada
nos inícios dos anos 50 do século XX.
Hoje, estávamos (a minha mãe, a D. Luísa e eu) ao jantar, na casa da filha Maria de Fátima, lar que é uma das mais genuínas versões atuais do Solar das Azeiteiras (o mítico lugar de encontro da alegre Pintalhada), na Horta, no Faial. A televisão estava ligada e o telejornal passava uma notícia sobre Mação, que é da área geográfica das vivências, dos afetos e das memórias abrantinas da família.  A "Dona Lourdes" captou a referência a Mação; eu aproveitei para a provocar: perguntei-lhe se ela, como era pegacha, tinha ido muitas vezes do Pego a Mação.
É claro que o efeito foi diferente do que havia no jogo que ela jogava com o seu parceiro de vida, com nuances, rituais e cumplicidades que só eles conheciam e sabiam saborear. Espantosamente, e deixando-me imensamente contente por constatar uma notável agilidade mental -  e humor, muito humor! - a sempre negada pegacha olha-me bem nos olhos e com ar bem divertido, dando a volta por cima (porque sabia que eu a queria ver perder o controlo e "irritar-se" como fazia em saborosos tempos idos, com o seu maridinho),  recita-me a quadra... que eu nunca lhe tinha ouvido! Nem sei se os meus irmãos alguma vez a ouviram!... Mas não deixou de rematar, com o dedo indicador direito a exibir uma firme negativa: "Mas eu não sou pegacha!"

quarta-feira, 3 de julho de 2013

«O que quer Deus ainda mais de mim?»

Hoje fui ao encontro de um jovem nigeriano que ando há vários dias a tentar ajudar. Caiu do céu, a queda foi amortecida por um anjo que depois mo deixou nos braços.

O rapaz tem um projecto de vida que, num meio envolvente cheio de escolhos e interesses mesquinhos, ele procura, com esforço denodado, manter vivo,numa experiência de desenvolvimento pessoal  que merece todo o nosso apoio e suporte amigo; voluntarioso e fraternal.

À entrada do prédio onde ele está agora a pernoitar com a solidariedade de um amigo, uma senhora, sobrecarregada com o peso das compras, desconfiou da ajuda que lhe ofereci enquanto esperava que, lá de cima, do 7.º andar, respondessem ao meu toque de campainha:

- “O senhor desculpe-me, mas hoje há tanta gente a invadir os nossos prédios… Tocam, só querem vir às nossas casas, é para pedirem-nos coisas, sei lá, são tantos!… Pensei que fosse desses.”


A senhora acabou por aceitar a minha ajuda. Fiquei com os sacos ali ao pé de mim e ela foi ver se tinha correio. Já idosa, apercebi-me, pelo peso dos sacos, que aquilo era um esforço físico muito exigente para ela. Entrou no elevador, eu segurava a porta. -”Qual é o andar?”, – “É o terceiro, obrigada…” Quando saiu do elevador já sorria. Olhou-me com cordialidade e agradeceu-me a ajuda.

O elevador retomou a subida, do 3.º ao 7.º andar. Depois de estar com o rapaz da Nigéria, saí pela mesma porta – antes de entrada, agora de saída – em que me cruzara com a senhora idosa. Lá à frente, em baixo, um velhote tentava, com a ajuda de uma bengala, subir os poucos degraus do passeio até à porta. Deixei-me ficar ali, segurando-a bem aberta para que o senhor entrasse. Trazia na mão livre da bengala uma pasta de documentos azul transparente. Apoiava o cotovelo desta mão no corrimão, em ajuda à subida dos degraus. Quando me viu à porta, a segurá-la, sorriu imediatamente e agradeceu-me.

Ao pé de mim, parou, suspirou fundo, ajeitou os óculos, olhou-me bem nos olhos e voltou a agradecer-me. Fiz-lhe uma festa discreta no braço, sorri-lhe e perguntei se precisava de mais alguma ajuda.

Não, não precisava, mas a minha pergunta – eu sabia que, com o meu gesto, me dispunha a que isso acontecesse – foi para o senhor apenas o pretexto para me falar; e eu, sem que tal me custasse,  fiquei ali a olhá-lo e a ouvi-lo. Ele que falasse o que quisesse!…

- “Isto está tão difícil… porque vive uma pessoa assim até à minha idade?…” E a conversa foi fluindo; admiravelmente com uma dignidade exemplar! “Porque cheguei eu a esta idade assim?… Sabe, senhor, eu não sabia porquê, mas agora já sei… Os homens na minha família morrem todos muito cedo… o meu pai morreu com 53 anos, o meu tio com quarenta e tal… só as mulheres chegam aos 85, aos 87 anos… Eu, se não houver nada antes, vou chegar aos 85 em novembro… E eu não sabia porquê… A vida está tão difícil, e eu estou tão fraco!… Eu perguntava-me muitas vezes «O que quer Deus ainda mais de mim?» Agora já sei, senhor… A minha mulher teve, durante muitos anos, uma grande depressão, andou anos num psiquiatra; depois disso veio o parkinson, passou para um neurologista, a seguir veio um acidente vascular cerebral… as reformas são o que são, tanto que nos têm tirado!… Andei a pagar um euro por dia para alugar a cadeira de rodas para a minha mulher, até que comprei uma cadeira de rodas só para ela… as sessões de fisioterapia andei a pagá-las a 50 euros cada uma, eram 500 euros por mês… depois, como não aguentava, e ela estava um bocadinho melhor, reduzimos o número de sessões mas ainda continuava a pagar 300 euros por mês… e tudo sem ajudas, sem a Segurança Social pagar nada!… Depois disseram-me para ir pedir ajuda social…Ó senhor, eu fui, mas para quê?… E tive de parar… A certa altura, da igreja só lá iam a casa por causa da roupa, era só para lavar a roupa, e todos os meses aumentava o preço!… Só para lavar a roupa, e já ia nos 60 euros por mês… Que faço eu, senhor?… A minha filha reformou-se como professora e a situação dela é cada vez pior com o que agora lhe vêm buscar à reforma. Estamos aqui em casa dela, se fosse na nossa casa, era mais difícil ter as consultas de fisioterapia e as outras coisas… Fui torneiro-mecânico e fazia as escalas de trabalho… dei o que pude no meu trabalho… Porque não me levou Deus como levou o meu pai, o meu tio e os outros homens da família? Agora já percebi porque ele quis que eu ficasse mais tempo que eles, a minha mulher precisa de mim… mas que vida é esta em que andamos, para quê fazer o que fazemos na vida, sempre a dar tudo o que temos?… Temos mesmo de acabar assim?…"

Falou-me sempre com muita firmeza e não se deixou abater pelas emoções, olhando-me frontalmente, por detrás dos óculos de velho. Os olhos mostravam sinais da vida que tão dramaticamente me resumiu. Pediu-me desculpa pelo tempo que me tinha tomado e agradeceu-me com renovado sorriso, também este, admiravelmente sereno.

Tentei também continuar a sorrir-lhe,  com muita ternura, e fiz-lhe outro gesto de carinho no braço direito. Ambos largámos a porta que ele segurava pelo lado de dentro e eu pelo lado de fora; a porta fechou-se brutalmente entre nós, separando-nos definitivamente. Olhámos ainda mais uma vez um para o outro e dissemos adeus com a mão. Fiquei a ver o senhor a virar-se lentamente, na direcção dos elevadores, arrastando os pés, curvado sobre a bengala na mão direita e a pasta azul na mão esquerda. Junto ao cotovelo, eram ainda visíveis no braço as marcas do esforço feito sobre o corrimão a subir os degraus.

Hoje não podia evitar o que senti e pensei a seguir: odiei com muita força os passos coelhos, os paulos portas, os antónios josés seguros, os durãos (sim, não são durões)  barrosos, os josés sócrates,  e toda essa corja de gente indigna!

segunda-feira, 24 de junho de 2013

Aprender, educar, eduquês


O dr. Nuno Crato, ministro da Educação, vai ter de voltar aos livros, vai ter de estudar mais um bocadinho

BRAVO, NICO!... QUE TEXTO TÃO CLARO, QUE TEXTO TÃO DESAFIANTE PARA AS IDEIAS OFICIAIS DO NOSSO MINISTRO DA EDUCAÇÃO!...

"De acordo com notícia publicada no sítio electrónico do jornal PÚBLICO, em 5 de Junho de 2013, o ministro da Educação e Ciência referiu que é “contra o “eduquês” e as teorias de Jean Piaget”. Quando “questionado sobre o modo como as crianças aprendem, o ministro afasta a ideia do gosto pela aprendizagem”.
http://www.radiocampanario.com/r/index.php/
regional/134-federacao-ps-evora-bravo-nico-na-calha-
para-suceder-a-capoulas-santos

As anteriores palavras devem convocar-nos para uma reflexão séria e construtiva. Pode negar-se o contributo de alguém como Jean Piaget para compreender o que é e como se processa a aprendizagem? Pode negar-se o direito ao prazer de aprender, como se isso fosse incompatível com trabalho, rigor e esforço? Pode estar-se amarrado a pensamentos, cientificamente tão limitados e politicamente tão capturados de preconceitos?

Saberá o autor das palavras citadas anteriormente que o maior prazer de um estudante é sentir que o seu esforço é real, bem sucedido, valorizado e lhe proporciona felicidade quando ele: (i) sente que progride; (ii) coloca as questões certas e procura, criativa e sistematicamente, as suas respostas; (iii) recebe as críticas construtivas e beneficia do contraditório; (iv) é ambicioso nos seus objectivos de aprendizagem; (v) é capaz de inovar, arriscar, pensar fora da caixa e criar o inédito; (vi) tenta, erra e reformula o caminho, avaliando e melhorando as suas decisões; (vii) sente o incentivo e a confiança dos seus professores; (viii) constrói laços nos grupos onde coopera e cultiva a amizade; (ix) sente a vanguarda do conhecimento; (x) sente que tudo o que vive nas escolas e nas aulas contribui para a sua felicidade, como pessoa?

Sabe, sr. ministro, não se pode ordenar a alguém para que aprenda. Simplesmente, não resulta. As escolas não são prisões e a aprendizagem não é um castigo. De facto, aprendemos, mais e melhor, quando alguém nos lidera pelo exemplo, nos conquista pelos argumentos, nos impõe regras e critérios com justiça e equidade, nos incentiva pelos desafios, nos premeia pelos sucessos, nos ajuda nas dificuldades, nos estabelece bitolas ambiciosas, nos torna autónomos, nos ajuda a sentir a felicidade do esforço bem sucedido. Por outras palavras, sr. ministro, aprendemos, mais e melhor, quando nos sabem educar.

As neurociências têm evidenciado a relação entre a emoção e cognição. Na realidade, as palavras que entram directamente para o nosso coração são alavancas mais potentes para trabalharmos e nos sacrificarmos do que as ordens e as directivas, por mais autoritárias que sejam. É por isso que pessoas motivadas trabalham mais e se entregam mais às suas tarefas, projectos e responsabilidades. A aprendizagem, nestas condições, é mais profunda e edificante do que a que resulta exclusivamente da imposição externa.

A educação – tal como a matemática, a psicologia ou a economia – é uma ciência. Convém sermos humildes e aceitarmos o contributo de muitos dos que estudaram e estudam neste campo científico. Não podemos ignorar os contributos de Jean Piaget (o tal da aprendizagem), Georges Snyders (que estudou e escreveu umas coisas acerca da importância da felicidade na educação), António Damásio (que, entre outras coisas, tem estudado a relação entre emoção e cognição), Paulo Freire (para percebermos o que será a felicidade de se aprender a ser gente que conta e que tem direitos) ou Coménio, que, há 375 anos, já defendia uma escola promotora de uma educação global e, consequentemente, de uma sociedade mais justa. Devemos ainda revisitar a Teoria das Necessidades de Maslow, para compreendermos por que é que, hoje, as nossas crianças, mal alimentadas ou oriundas de famílias em grandes dificuldades sociais e económicas, têm muitas dificuldades em aprender a ler ou a calcular. Por último, a leitura de Amartya Sen permite-nos perceber por que é que a actual política de extinção da educação e formação de adultos condenará, irreversivelmente, o nosso país à pobreza.

Acredito que o sr. ministro sabe, certamente, isto tudo, porque teve professores que o fizeram sentir tudo isto. Foram estes professores que nos marcaram e nos ajudaram a construir, como pessoas e profissionais, porque – não nos subtraindo a trabalhos ou sacrifícios – nunca nos negaram o direito ao prazer de aprender.

Eduquês é negar, ignorar ou deixar capturar, por preconceitos ideológicos, a evolução científica na educação e os resultados de estudos científicos rigorosos realizados por instituições nacionais e internacionais credíveis e reconhecidas, acerca dos resultados das recentes políticas educativas em Portugal.

Bravo Nico
Ex- deputado do PS e professor da Univ. de Évora
Público on line, Opinião, terça-feira, 18 Junho 2013, às 00h00
BEIJINHO GRANDE À COLEGA MARIA EDUARDA LUZ PELA PISTA!